Começa a ir ser dia
Começa a ir ser dia.
O ceu negro começa,
Numa menor negrura
Da sua noite escura,
A ter uma côr fria
Onde a negrura cessa.
Um negro azul cinzento
Emerge vagamente
De onde o Oriente dorme
Seu tardo somno informe,
E ha um frio sem vento
Que se ouve e mal se sente.
Mas eu, o mal-dormido,
Não sinto noite ou frio,
Nem sinto vir o dia
Da solidão vazia…
Só sinto o indefinido
Do coraçao vazio.
Em vão o dia chega
A quem não dorme, a quem
Não tem que ter razao
Dentro do coraçao,
Que quando vive nega
E quando ama não tem.
Em vão, em vão, e o ceu
Azula-se de verde
Acinzentadamente.
Que é que a minha alma sente?
Nem isto, não, nem eu,
Na noite que se perde.
O ceu negro começa,
Numa menor negrura
Da sua noite escura,
A ter uma côr fria
Onde a negrura cessa.
Um negro azul cinzento
Emerge vagamente
De onde o Oriente dorme
Seu tardo somno informe,
E ha um frio sem vento
Que se ouve e mal se sente.
Mas eu, o mal-dormido,
Não sinto noite ou frio,
Nem sinto vir o dia
Da solidão vazia…
Só sinto o indefinido
Do coraçao vazio.
Em vão o dia chega
A quem não dorme, a quem
Não tem que ter razao
Dentro do coraçao,
Que quando vive nega
E quando ama não tem.
Em vão, em vão, e o ceu
Azula-se de verde
Acinzentadamente.
Que é que a minha alma sente?
Nem isto, não, nem eu,
Na noite que se perde.
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