Soneto IV - Por entre o Beberibe, e o Oceano

Por entre o Beberibe, e o Oceano

Em uma areia sáfia, e lagadiça

Jaz o Recife povoação mestiça,

Que o Belga edificou ímpio tirano.



O Povo é pouco, e muito pouco urbano,

Que vive à mercê de uma lingüiça,

Unha de velha insípida enfermiça,

E camarões de charco em todo o ano.



As damas cortesãs, e por rasgadas

Olhas podridas, são, e pestilências,

Elas com purgações, nunca purgadas.



Mas a culpa têm vossas reverências,

Pois as trazem rompidas, e escaladas

Com cordões, com bentinhos, e indulgências.





O Povo é pouco, e muito pouco urbano,

Que vive à mercê de uma lingüiça,

Unha de velha insípida enfermiça,

E camarões de charco em todo o ano.





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